Finanças e solidariedade: Uma analise do cooperativismo de crédito rural solidario no Brasil
Tese Programa de Pós- Graduação em Sociologia Política da Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil
Fabio Luiz Burigo, 2006
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Summary :
O cooperativismo de crédito vem alcançando destaque crescente no Brasil. Junto com esse crescimento nota-se a consolidação de diferentes modos de atuação no setor. Diferentemente dos sistemas tradicionais, que vêm apostando na verticalização, concentração e bancarização de suas ações, as cooperativas de crédito solidárias se preocupam com que a dimensão econômica de seu trabalho não suplante seus objetivos sociais. Tendo em mente a influência das finanças na dinâmica do capitalismo contemporâneo e a evolução do cooperativismo de crédito e das microfinanças no mundo e no país, a tese aborda o desenvolvimento do cooperativismo de crédito solidário no Brasil. A partir de conceitos da nova sociologia econômica, de estudos em torno das microfinanças e das finanças solidárias e de contribuições do neo-institucionalismo, o trabalho procura analisar o papel do cooperativismo de crédito no combate à pobreza e à desigualdade social, na construção de novas formas de sociabilidade e de alternativas econômicas face à lógica de mercado. Tem como objeto sete experiências cooperativas que integram a Associação Nacional do Cooperativismo de Crédito de Economia Familiar e Solidária (Ancosol), que são abordadas individualmente e de forma comparada. Conclui que a composição das redes sociais, os mecanismos de controle social, a capacidade de inovação e o estabelecimento de sinergias com o poder público são elementos decisivos para explicar o surgimento e a viabilidade das cooperativas de crédito solidárias no país. Essa trajetória, aliada ao ambiente político e institucional brasileiro favorável existente nos últimos anos indicam que, mesmo enfrentando debilidades e contradições internas, o cooperativismo de crédito solidário é um caminho promissor para ampliar o uso dos recursos do crédito rural oficial junto aos agricultores familiares de baixa renda, modificar o quadro de exclusão bancária e democratizar o Sistema Financeiro Nacional.