Reflexões sobre o processo de incubaçéao de empreendimentos economicos solidarios e seus limites
Maria Nezilda Culti, 2002
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Compendio :
Diante das transformações ocasionadas pelo avanço tecnológico e pela globalização da economia, intensificados nas últimas décadas, surgem alterações na vida social com destaque para as relações de trabalho, onde o desemprego crescente aumenta o contingente dos socialmente excluídos. Neste contexto, emerge a Economia Solidária e nela, o cooperativismo, como organização dos trabalhadores buscando resgatar a cidadania e geração de trabalho e renda por meio do trabalho coletivo. O Cooperativismo como parte da Economia Solidária é um sistema de cooperação reconhecido como um sistema mais adequado, participativo, democrático e mais justo para atender às necessidades e os interesses específicos dos trabalhadores.
Concomitante, despontam nos meios acadêmicos, trabalhos de apoio, assessoria e acompanhamento a esses empreendimentos, traduzidos em redes, tais como a Rede de ITCPs (Incubadoras Tecnológicas de Cooperativas Populares), o rol de Núcleos da UNITRABALHO (Rede Interuniversitária de Estudos e Pesquisas sobre Trabalho), dentre outros, que têm se dedicado a incubação. Justifica-se tal atuação como o resgate do compromisso que a Universidade, principalmente a pública, tem para com a sociedade que a mantém.
Nesse sentido, nosso objetivo neste texto, é refletir em que medida a Universidade e os agentes educadores estão preparados para exercer, a partir de um processo interativo, a (re)educação do trabalhador para o trabalho cooperativo, unindo “saber científico” a “saber popular” numa tentativa de transformação da prática cotidiana.
Os agentes educadores estão suficientemente conscientes, preparados e compromissados com um fazer coletivo, se, em seu ambiente acadêmico, tal prática é muitas vezes insuficiente e questionável por parte dos que não acreditam ser esta uma das tarefas da academia? Acreditamos que cabe aos agentes educadores a mediação desse processo de transformação. Todavia, será que estamos em condições reais de proporcionar essa mediação? Desse modo a Universidade poderá intervir de forma integradora nesse processo?
Fonti :
Sitio de unitrabalho.org.br