Como Organizar Redes Solidárias
IFiL, Fase, DP&A, 2003, 1a. Ed., 387 pp., 2003
Apresentação
Este livro se destina a organizações da sociedade civil, consumidores e trabalhadores, produtores e prestadores de serviços interessados em organizar e participar de Redes de Colaboração Solidária. Nele são apresentados, de maneira didática, os diversos mecanismos atualmente utilizados em redes de econo-mia solidária e uma série de esclarecimentos sobre como assegurar-se a viabilidade financeira dos empre-endimentos, como realizar diagnósticos de rede, consolidar e expandir as redes solidárias locais e integrá-las em redes regionais, estaduais, nacionais e mundial, fortalecendo os empreendimentos que venham a ser criados, para que sejam bem sucedidos.
Ele visa colaborar tanto na organização e formação econômica e política de movimentos sociais e de empreendimentos de economia solidária, quanto capacitar lideranças e dirigentes para desempenhar papéis e responsabilidades que o momento histórico de organização da sociedade brasileira lhes exige. Igualmente este livro propicia aos leitores e educadores continuar elaborando suas próprias reflexões so-bre a práxis de libertação no campo econômico, buscando os intercâmbios requeridos para o avanço da reflexão e da luta popular. É pois uma valiosa ferramenta no trabalho de organização e educação popular.
Mesmo em condições adversas, é possível construirmos um outro mundo, justo e solidário. Este li-vro não é apenas um testemunho de práticas bem sucedidas de geração de trabalho e renda, de promoção do bem viver das pessoas em diversas regiões do Brasil e do mundo. Ele explica detalhadamente como se pode organizar práticas similares, indicando procedimentos possíveis e cuidados a serem tomados, com-partilhando a experiência concreta, cotidianamente aprimorada, na construção de redes solidárias de di-versos tipos. Informa sobre como participar das Redes Brasileira e Global de Socioeconomia Solidária, sobre como integrar-se à Rede Social Mundial e como ter acesso gratuito a recursos e tecnologias dispo-níveis na Internet, a espaços de comercialização eletrônica e fóruns de intercâmbio.
Sabemos que não há receitas! Mas igualmente que podemos aprender com a experiência das outras pessoas. Não apenas sobre como projetar e organizar empreendimentos autogestionados e sustentáveis, sobre como montar uma cooperativa de consumo, um banco comunitário, um clube de trocas com moeda social, uma loja ou feira de economia solidária, um sistema de vendas e entrega em domicilio e tantas outras práticas aqui apresentadas. Mais que isso, podemos reaprender o sentido da própria vida, pelo en-contro solidário com pessoas que nos acolhem, preocupadas com o nosso bem viver, a quem igualmente acolhemos, promovendo as liberdades públicas e pessoais, eticamente vividas.